sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ciberativismo e Estrelato – Opção, mérito, ou oportunismo?


       O avanço das redes sociais proporciona severas mudanças nos perfis de comunicação entre pessoas e nessa perspectiva surge também uma nova forma de mobilização social, o ciberativismo – que é uma forma de ativismo pela internet, também chamada de ativismo online ou digital, usada para divulgar causas, fazer reivindicações e organizar mobilizações.

         Observamos que nesse contexto pode existir uma espécie de imposição destes recursos por parte de grupos que reivindicam autoridade diante de tais questões, favorecendo assim uma espécie de barganha dos méritos que essa perspectiva traz consigo. Hoje busca-se uma fama incessante como se isso lhe trouxesse formas diferenciadas de realização pessoal/profissional, até mesmo carreira política, revelando então que esta prática pode ser considerada viciosa para ao interesses do ativismo na web.
          A situação se torna insustentável quando não se levam em conta os aspectos sociais que tal prática pode trazer, onde devemos salientar que o principal foco em tais ações é o bem-estar social, sem fazer nenhum tipo de grupo fechado, já que a beleza deste processo está em unir mais cabeças em prol de uma causa única, sem distinções, orgulhos, respeitando as opiniões dos envolvidos. Um dos reflexos desta realidade vem quando ao invés de se promover condições para aqueles que não estão sendo corretamente assistidos pelo Estado, são sufocados pela necessidade de alguns em promoverem suas respectivas imagens pessoais, para obterem sucesso, fama e legitimação social. Tal prática revela como o foco se perdeu diante do processo que traz consequências desagradáveis diante de uma sociedade que se utiliza de certos canais de comunicação para cobrar por ações daqueles que são vistos por todos como atores de uma transformação social verdadeira.
       Se há quem pratique um bom exercício de cidadania deve sempre ter cuidado com alguns procedimentos, já que este não faz nada sozinho, nem tão pouco veja tal condição como uma luta sem causa. O ciberativismo está além do que podemos ter como conceito, já que afeta diretamente o cotidiano das partes envolvidas, favorecendo sempre rever certos posicionamentos, pondo em prática a ética pessoal/profissional para que o movimento nem seus representantes sejam vistos como meros objetos de manipulação político-partidária, onde não é este fim que pensamos chegar, nem tais procedimentos pensamos em adotar na condição de cidadão atuante nas mudanças verdadeiras em nosso cotidiano.